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Introdução aos Movimentos Gerais (GMs) de Prechtl

Ministrante: Drª Pessia Grywac Meyerhof

Data: 26 de setembro/2022

Horário: das 19h30 às 22h30

Inscrições pelo telefone: (54) 99989-3091 (com Elenice)

Valor da inscrição: R$ 50,00

      No início da década 80, o avanço dos equipamentos de ultrassom em obstetrícia permitiu uma observação detalhada do feto. Suas descrições do comportamento fetal revelaram que o comportamento é padronizado desde o início (marcado com a oitava semana de idade pós-menstrual). Embora de natureza muito diferente, sobressaltos abruptos e movimentos gerais complexos (GMs) estão entre os primeiros movimentos e surgem ao mesmo tempo; eles são seguidos por movimentos isolados dos membros uma semana depois. Já na 12ª semana, o feto possui um rico repertório de movimentos espontâneos, gerados endogenamente: sobressaltos, GMs, soluços, movimentos isolados de braço e perna, movimentos laterais da cabeça, ante e retroflexão da cabeça, movimentos respiratórios, abertura e fechamento dos dedos, movimentos da mandíbula, “espreguiçamento” e bocejo.
      Prechtl descreve a continuidade das funções neurais da vida pré-natal à pós-natal. Enquanto o nascimento é uma descontinuidade ambiental por excelência, o repertório comportamental complexo exibe uma continuidade impressionante da vida intrauterina para a extrauterina. Por volta dos 3 meses de idade, aumenta qualitativamente o repertório dos movimentos gerais, a sucção e o comportamento visual.
      A observação de que bebês de alto risco se movem de forma diferente em comparação com bebês apresentando desenvolvimento típico marcou uma nova abordagem para avaliarmos o sistema nervoso jovem: a “Avaliação dos Movimentos Gerais ou GMA (General Movements Assessment)”. Alguns achados nos trazem que a qualidade dos GMs pode estar relacionada com características das interações entre bebês e suas mães: sensibilidade materna na modalidade motora, modalidades de vocalização, modalidade de contato de olho e o engajamento/envolvimento positivo dos bebês. Ainda não há uma relação clara entre algum aspecto de alto valor específico característico dos GMs para o desfecho de TEA, porém pesquisas, nas últimas décadas, produziram um crescente corpo de evidências onde mostram que as anormalidades motoras em indivíduos com TEA são a regra, e não a exceção. Neste caso, podemos inferir que, apesar da especificidade ainda não ser representativa, temos a alta sensibilidade da avaliação dos GMs ao movimento motoratípico deste grupo, representando, assim, os primeiros sinais de alerta de vulnerabilidade¹.

Pessia Grywac Meyerhof – PhD., TO.
Doutora e Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - São Paulo – SP. Terapeuta Ocupacional pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo – SP. Terapeuta Ocupacional em consultório particular (desde 2016) e por teleconsulta desde março 2020. Consultora e orientadora em Terapia Ocupacional. Diretora Clínica da Reabilitação Especializada - São Paulo - SP (1976 até 2016). Professora convidada em cursos de Pós-Graduação e de Especialização em várias Universidades no Brasil. Professora convidada do Instituto Sedes Sapientiae – São Paulo, no curso da Clínica Interdisciplinar da Primeira Infância desde março 2019. Permissão para utilização da Avaliação Comportamental Neonatal de Brazelton (Boston, 1982) e da General Motor Assessment de Prechtl (Graz, 2002) e outras. Instrutora Sênior em Terapia Ocupacional nos Cursos de Tratamento Neuroevolutivo/Conceito Bobath desde 1976 e de Curso de Bebês desde 1980 (Berna). Leciona no Brasil e na America Latina.


**No dia 21 de setembro, às 20h, será realizada uma introdução aos IRDIs (Indicadores de Referência para o Desenvolvimento Infantil), uma das leituras de base para o encontro com a Drª Pessia. Ministrante: Psicanalista Elenice Cazanatto.
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¹ Trechos retirados do artigo escrito por Dafne Herrero, Regina Donnamaria Morais & Pessia Grywac Meyerhof, “Avaliação dos movimentos gerais: A importância da avaliação motora e a identificação de sinais de alerta para uma intervenção essencial”, publicado no livro Fisioterapia neuropediátrica: abordagem biopsicossocial (editora Manole, 2021).

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