News › No dia 20 de novembro aconteceu a Prosa Psicanalítica e Versões com o tema Crianças em sofrimento psíquico, autismo e interdisciplinaridade

Crianças em sofrimento psíquico, autismo e interdisciplinaridade

No dia 20 de novembro aconteceu a Prosa Psicanalítica e Versões com o tema Crianças em sofrimento psíquico, autismo e interdisciplinaridade.

Convidadas:

- Maria do Carmo Torres Mattana, médica, neurologista e neuropediatra;

- Milena Pondé, psiquiatra, professora e pesquisadora da Escola Bahiana de saúde pública;

- Margareth Kuhn Martta, psicóloga, psicanalista, Doutora em Educação, membro da Escola de Estudos Psicanalíticos e membro do PREAUT Brasil
 

Argumento:
Nas últimas décadas, o campo da intervenção com bebês e crianças pequenas em sofrimento psíquico vem ganhando espaço. Nesta clínica, os estudos sobre o autismo ganham notoriedade, seja pelo aumento de casos diagnosticados neste espectro, ou pelas diversas abordagens que têm surgido nessa área. Psicanalistas, que há décadas se ocupam desses estudos, se colocam a dialogar com profissionais de outras áreas, psicomotricistas, sensório-motricistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, osteopatas, terapeutas ocupacionais, neurologistas e psiquiatras..., considerando a importância da interdisciplinaridade ao tratar de casos tão complexos.
A psicanálise, a partir de sua clínica com bebês e crianças pequenas, do seu referencial teórico e das pesquisas, trouxe muitos avanços ao tema do autismo. Para citar um exemplo, a pesquisa Preaut, feita na França com mais de doze mil bebês, apontou alguns indicadores de risco identificados precocemente: a não sustentação do olhar no outro; a ausência do terceiro tempo do circuito pulsional, que é a condição do bebê de se fazer olhar, de se fazer escutar, que corresponde à dificuldade do bebê de inscrever no seu psiquismo o prazer da troca com o outro, o que inibe a iniciativa de ir em busca de uma nova experiência prazerosa. Estes achados, entre outros, nos levaram a vislumbrar a importância, a possibilidade e a diferença da detecção e intervenção a tempo na clínica com bebês em sofrimento psíquico, graças a plasticidade cerebral e a epigenética.
Desde o início de sua clínica, a Psicanálise toma o corpo enodado com a palavra. O bebê existe desde antes de nascer, no discurso dos pais, sendo esse corpo tomado na linguagem. Falamos sobre a competência do corpo para sustentar o significante. O bebê precisa aprender a habitar o seu corpo e a viver no mundo. Para tanto, é necessária a presença de um outro que exerça a função materna e que faça o enodamento entre o orgânico e o psíquico, sendo este efeito da instalação do circuito pulsional.

Organização:
Lia Cunha Poletto
Marcela Martins Furlan de Léo
Návia Terezinha Pattussi
Vânia Aparecida Pattussi

 

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