News › Prosa Psicanalítica e Versões: O QUE É E PARA O QUE "SERVE" O AMOR: INTERLOCUÇÃO ENTRE PSICANÁLISE E FILOSOFIA

Data: 16/03
Horário: 15h30min às 17h
Presencial/on-line
Local: Café Brasiliano, Rua Mal. Borman, 82-D –
Centro – Chapecó, SC

Atividade gratuita e aberta ao público

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Argumento

Vivemos tempos em que ouvimos frequentemente “o importante é amar a si próprio”. É possível abdicar do amor do outro, nosso semelhante, apenas amando a si mesmo? Podemos considerar o amor como da ordem do natural? Qual a origem do desejo em amar e ser amado? Afinal de contas, também não se tem falado tanto em acolher as diferenças? E quanto ao amor? Será que o problema não seria justamente essa tentativa insistente de abolir a diferença, de tentar fazer acreditar que todos somos iguais e que, inclusive, podemos de dois fazer um só? Em O mal-estar na cultura, Freud salientou que, embora consideremos o amor como a nossa mais poderosa fonte de prazer, “nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca nossentimos tão desamparados quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor”.

Lia Cunha Poletto


“Os moralistas irão amaldiçoar essa concupiscência brutal. Os poetas irão falar de almas predestinadas e de atrações inexplicáveis. Platão dirá que, no tempo em que os homens eram andróginos, Zeus, irritado com eles, passou-lhes a perna e, para diminuir seu orgulho, cortou-os em dois como linguados, e que desde então, cada um corre atrás da metade que perdeu até encontrar. Mas os poetas são sonhadores, os moralistas, asnos, e Platão está zombando de nós. Os homens não são movidos nem por anseios devassos nem por uma atração divina; trabalham sem saber para o gênio da espécie; são ao mesmo tempo seus intermediários, seus instrumentos e seus crédulos” (Paul-Armand Challemel-Lacour. Études et réflexions d’unpessimiste, 1991). A partir de um diálogo entre a filosofia platônica (sec. V a.C.) e a schopenhauriana (sec. XIX d.C.), procuremos discutir o estatuto do amor (eros) e suas nuances, a fim de explicitar a natureza e a função das relações amorosas. O que há de semelhante entre amor, desejo e falta? E como a filosofia desses dois autores pode contribuir para uma compreensão mais aprofundada do amor?

Juliano Paccos Caram
 

Juliano Paccos Caram

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor no Curso de Graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Autor de Platão contra o amor platônico (Coleção Estudos Platônicos - Edições Loyola, SP, 2018).

Lia Cunha Poletto

Psicanalista. Psicóloga. Membro da Escola de EstudosPsicanalíticos. 

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